sexta-feira, 3 de junho de 2016

RESENHA: Livro - O Sol É Para Todos


Livro: O Sol É Para Todos
Título original: To Kill a Mockinbird
Autor (a): Harper Lee
Editora: José Olympio
Páginas: 364
Avaliação: 5/5

Sinopse oficial:
Um livro emblemático sobre racismo e injustiça: a história de um advogado que defende um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos Estados Unidos dos anos 1930 e enfrenta represálias da comunidade racista. O livro é narrado pela sensível Scout, filha do advogado. Uma história atemporal sobre tolerância, perda da inocência e conceito de justiça.
O sol é para todos, com seu texto “forte, melodramático, sutil, cômico” (The New Yorker) se tornou um clássico para todas as idades e gerações.



RESENHA

O Sol É Para Todos foi publicado em 1960, porém aborda um assunto que o faz ser considerado um livro que relata fatos ainda atuais, embora a história se passe nos anos 30. É narrado por Scout Finch que, no início da história, tinha apenas 6 anos de idade.

Ela começa lembrando-se de quando seu irmão mais velho, Jem Finch, quebrou o braço. Nesse momento, não já maneira alguma do leitor saber como isso ocorreu.

A primeira grande parte do livro nos introduz à cidade de Maycomb, no estado do Alabama e sua população, dividida socialmente por suas famílias.

O pai de Scout e Jem, Atticus Finch, é um advogado que divide opiniões entre a população, ainda mais quando passa a defender um negro acusado de estuprar uma menina branca.

O caso era dado como resolvido por muitos por conta do acusado ser Tom Robinson: um negro. O racismo daquela época era mais transparente, nos trazendo uma sensação de completo choque, tendo em vista todos os argumentos que eram impostos nas crianças da época.


“- Jem, o que é uma criança mestiça?
- É metade branca, metade negra. [...] São uma gente triste...

- Por quê?
- Porque não são nem uma coisa nem outra. Os negros não os aceitam porque são metade brancos, e os brancos não os aceitam porque são metade negros, então eles não são nada. ”


Scout e Jem não foram a favor de Tom somente por ser defendido por seu pai, mas por enxergar a injustiça que acontecia ali. Não podiam ver os negros da mesma forma que a sociedade, tanto que sua empregada, Calpurnia, era tida como parte da família, mesmo sendo negra.

O livro nos ensina sobre democracia, direitos humanos, a pureza de uma criança, mas principalmente, nos ensina sobre o ser humano.


“Naquela noite, quando saímos do tribunal, a srta. Gates estava descendo a escada na nossa frente, você com certeza não a viu, ela estava conversando com a srta. Stephanie Crawford. Ouvi quando ela disse que estava na hora de alguém dar uma lição neles, que estavam indo longe demais, daqui a pouco iam querer casar com os brancos. Jem, como uma pessoa pode odiar tanto Hitler e depois falar isso de alguém daqui mesmo...? ”




“Se só existe um tipo de gente, por que as pessoas não se entendem? Se são todos iguais, por que se esforçam para desprezar uns aos outros? Scout, acho que estou começando a entender uma coisa. Acho que estou começando a entender por que Boo Radley ficou trancado em casa todo esse tempo... É porque ele quer ficar lá dentro”



Harper Lee conseguiu que enxergássemos não só o racismo, mas diversos outros temas sociais. Como em um trecho em que Atticus nos faz lembrar da meritocracia.


“Mas nós sabemos que todos os homens não nascem iguais, não no sentido que algumas pessoas querem nos impingir: alguns são mais espertos do que outros, alguns têm melhores oportunidades porque nasceram com elas, alguns homens fazem mais dinheiro do que outros, algumas senhoras fazem bolos mais gostosos do que outras, algumas pessoas nascem com talentos muito superiores aos do normal dos homens. ”


Confesso que não me animei com o início do livro, cheguei a me questionar de que forma me surpreenderia e isso me motivou a prosseguir. Não houve arrependimento. Sem conhecer Maycomb e suas figuras, seria mais difícil compreender o rumo que certos acontecimentos tomaram.

Digno de todos os prêmios, O Sol É Para Todos conquistou seu lugar em meus livros favoritos. É capaz de moldar um caráter pela perspectiva de uma criança.


"Acho que só há um tipo de gente. Pessoas"





2 comentários:

  1. Ótima resenha! :D
    Estou ansiando para ler esse livro
    Abraço.

    Scorch Books

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  2. Muito obrigada! Fico muito feliz de saber que a resenha está boa.
    E sobre a ansiedade pra ler o livro: vale a pena. Como eu disse, no começo não me animei muito, mas esse livro é um tapa! Uma boa leitura pra você e obrigada pela visita! :)

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