segunda-feira, 28 de março de 2016

RESENHA: Livro - As Vantágens de ser Invisível


Livro: As Vantagens de Ser Invisível
Título Original: The Perks of Being a Wallflower
Autor (a): Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Páginas: 224



Sinopse oficial: Cartas mais íntimas que um diário, estranhamente únicas, hilárias e devastadoras - são apenas através delas que Charlie compartilha todo o seu mundinho com o leitor. Enveredando pelo universo dos primeiros encontros, dramas familiares, novos amigos, sexo, drogas e daquela música perfeita que nos faz sentir infinito, o roteirista Stephen Chbosky lança luz sobre o amadurecimento no ambiente da escola, um local por vezes opressor e sinônimo de ameaça. Uma leitura que deixa visível os problemas e crises próprios da juventude.


RESENHA
Solitário, Charlie é um adolescente dos anos noventa que divide conosco sua história através de cartas que ele envia a um amigo desconhecido.

"E embora eu não conheça você, acho que conheço, porque me parece uma boa pessoa. O tipo de pessoa que não se importaria de receber cartas de um garoto. O tipo de pessoa que entenderia como as cartas são melhores que um diário, porque existe uma comunhão que um diário não tem." - Charlie.

Com uma visão um tanto complexa do mundo, Charlie tem apenas quinze anos e sofre pelo suicídio de seu único e melhor amigo - além de se culpar pela morte da tia quando ele ainda era uma criança.

Charlie é um grande observador e acaba se atendo a isso. Mas as coisas mudam quando três pessoas entram em sua vida: Bill - seu professor, que incentiva seu hábito de leitura e o ajuda no desenvolvimento de sua escrita -, Sam e Patrick. A partir daí ele é desafiado a viver experiências inesquecíveis, aprendizados memoráveis e acima de tudo, ele é desafiado a participar.
“Desculpe por não ter escrito para você por duas semanas, mas eu estava tentando ‘participar’, como disse o Bill. É estranho, porque às vezes eu leio um livro e acho que sou a pessoa do livro. E também, quando escrevo cartas, fico uns dois dias pensando no que imaginei em minhas cartas. Não sei se isso é bom ou ruim. Mas eu estou tentando participar. ” - Charlie.

Sam e Patrick são carismáticos e totalmente opostos ao protagonista, o que cria uma ótima combinação e nos oferece um certo equilíbrio. Não demora muito para que se tornem os melhores amigos de Charlie.

Apesar dessas três pessoas essenciais em sua vida, Charlie está cercado de várias outras, como seus pais atenciosos e sua irmã popular que tem um namorado com um gosto musical parecido com o dele. Há também seus amigos que conheceu através de Sam e Patrick: Mary Elizabeth, Alice e Bob.

Muito se questiona sobre a saúde mental do garoto: Ele teria um transtorno esquizofrênico ou uma depressão profunda causada por um trauma sofrido na infância? 

A verdade é que, apesar de toda a complexidade de seus pensamentos, Charlie é um adolescente um tanto simplório, tanto na maneira como encara a vida e lida com todos os problemas. Altruísta, ele coloca todos acima de si mesmo, deixando-se de lado em várias ocasiões.

"Não posso sentir isso. É doce e tudo, mas é como se você não estivesse presente às vezes. É ótimo que você ouça e seja um ombro amigo para alguém, mas há momentos em que a gente não precisa de um ombro. E se precisarmos de um braço, ou coisa parecida? Você não pode se limitar a se sentar lá, colocar a vida de todos a frente da sua e pensar que o que importa é o amor. Não pode fazer isso. Você tem que fazer as coisas." - Sam.

Mesmo cercado de novos amigos e de sua família, há uma pessoa que Charlie sente muita falta: sua tia Helen. Em uma noite de natal, ela sofreu um acidente de carro e faleceu. Em alguns momentos, Charlie declara-se culpado por sua morte, já que ela não estaria naquele carro se não tivesse ido buscar seu presente de aniversário. Na maioria de suas recaídas e surtos, Charlie lembra-se desse acontecimento.

Assim como ele, tia Helen sofria muito. Constantemente, apanhava do namorado. Levou um tempo até que ela o deixasse e Charlie não entendia o porquê. Também não entendeu quando o mesmo ocorreu com sua irmã e, mesmo assim, ela continuou com o rapaz. Após presenciar isso, Charlie acabou se aproximando da irmã e muito do que ele aprendeu sobre o "mundo dos adultos" foi através dela. Ao longo da história, ela tem alguns problemas com os quais precisa lidar sozinha, mas Charlie mantém-se ao seu lado, ajudando-a no que pode.

Somos capazes de nos identificar não só com Charlie, mas também com seus amigos. Já que a história se trata de adolescentes no Ensino Médio, assuntos como faculdade, homossexualidade e sexo são abordados. As vantagens de ser invisível também nos presenteia com uma rica lista de clássicos literários e músicas memoráveis.

Um livro a ser relido de tempos em tempos, As vantagens de ser invisível é tocante e intenso, assim como seu protagonista que a sua própria maneira, nos ensina a valorizar nossas relações de amizade e as familiares... Que nos ensina a valorizar a vida e todos os pequenos momentos.

"Quando chegamos ao fim do túnel, Sam deu um grito muito divertido, e foi isso. Chegamos ao centro. As luzes nos prédios e todo o resto eram maravilhosos. Sam se sentou e começou a rir. Patrick também riu. Eu comecei a rir. E naquele momento eu seria capaz de jurar que éramos infinitos." - Charlie.

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