quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

RESENHA: Livro - Joyland

Livro: Joyland
Título Original: Joyland
Autor (a): Stephen King
Editora: Suma de Letras
Páginas: 240

Sinopse oficial: Carolina do Norte, 1973. O universitário Devin Jones começa um trabalho temporário no parque Joyland, esperando esquecer a namorada que partiu seu coração. Mas é outra garota que acaba mudando seu mundo para sempre: a vítima de um serial killer. Linda Grey foi morta no parque há anos, e diz a lenda que seu espírito ainda assombra o trem fantasma. Não demora para que Devin embarque em sua própria investigação, tentando juntar as pontas soltas do caso. O assassino ainda está à solta, mas o espírito de Linda precisa ser libertado — e para isso Dev conta com a ajuda de Mike, um menino com um dom especial e uma doença séria. O destino de uma criança e a realidade sombria da vida vêm à tona neste eletrizante mistério sobre amar e perder, sobre crescer e envelhecer — e sobre aqueles que sequer tiveram a chance de passar por essas experiências porque a morte lhes chegou cedo demais.


RESENHA
Em Joyland, Devin Jones nos narra a história de sua vida no ano de 1973, quando tinha 21 anos e deixou sua cidade e o emprego na cantina da universidade para trabalhar em tempo integral em Joyland, um parque de diversões em Heaven’s Bay, Carolina do Norte.

Devin decidiu ir para Joyland quando sua namorada da época, Wendy Keegan, mudou-se para outra cidade por conta de um emprego. Embora tivessem tentado (pelo menos, ele tentou) manter o relacionamento a distancia, Wendy acabou quebrando o coração de Devin. Este passou grande parte de sua morada em Heaven’s Bay tentando esquecer a garota. 

“As pessoas pensam que o primeiro amor é fofo e que fica ainda mais fofo depois que passa. Você já deve ter ouvido mil músicas pop e country que comprovam isso; sempre tem algum tolo de coração partido. No entanto, essa primeira mágoa é sempre a mais dolorosa, a que demora mais para cicatrizar e a que deixa a cicatriz mais visível. O que há de fofo nisso?".

Logo em seu primeiro dia no parque, Devin é fisgado por uma história misteriosa e intrigante: uma garota chamada Linda Gray fora assassinada pelo namorado com um corte de navalha na garganta na Horror House, o trem fantasma do parque. E, ainda, havia uma lenda de que o fantasma da garota assombrava o brinquedo. 

O emprego em Joyland e a estadia na pensão na sra. Emmaline Shoplaw lhe proporcionaram duas grandes amizades: Tom Kennedy e Erin Cook, também funcionários contratados para o verão de Joyland. Erin era uma das Garota de Hollywood, que eram garotas que usavam vestidinhos verdes e andavam com câmeras fotográficas por todo o parque fotografando “caipiras” ou “Bobs”, que nada mais eram que os próprios visitantes. O Colóquio, idioma dos parques, tinha essa e outras expressões para diversos termos que apenas os funcionários conheciam. 

A busca de Devin pela resposta para o caso de Linda Gray envolveu até mesmo seus amigos, Tom e Erin. Em uma tarde em que os três estavam de folga, decidiram ir ao seu local de trabalho passar pela Horror House e comprovar se a lenda do fantasma de Linda Gray era realmente verdadeira. Dev e Erin saíram ilesos, mas Tom foi atingido por um trauma que o perturbou a tal ponto que só decidiu falar sobre o ocorrido muitos anos depois. Devin sentia inveja de Tom por ele ter visto Linda, e isso fez com que ele insistisse ainda mais na história. 

“[...] Mas várias pessoas também mencionaram que a garota que viram de pé ao lado do trilho estava usando uma faixa de cabelo azul, e isso não estava nos artigos do jornal. Seguraram essa informação por quase um ano na esperança de usar com um suspeito, se encontrassem algum.”.

Joyland era um parque típico que lotava durante os verões. O parque possuía uma roda gigante, uma montanha-russa, uma vila para os pequenos, um mascote muito amado e até uma cigana, Madame Fortuna, que podia dizer besteiras na maioria de suas leituras, mas que não errou com Devin. O alertou sobre duas crianças que conheceria em breve: uma garotinha de chapéu vermelho com uma boneca e um garoto com um cachorro. As previsões realmente aconteceram, e a última mudou a vida de Devin pra sempre. 

O garoto com o cachorro se chamava Mike e tinha uma doença terminal, que o fazia dependente de cadeira de rodas e muletas. Devin também conheceu sua mãe, Annie Ross, que mostrou-se reservada no começo, mas apenas com intenção de proteger seu filho. 

Para um rapaz que chegou a Joyland apenas querendo a esquecer a ex-namorada, Devin Jones acabou se envolvendo em mais do que esperava: a inexplicável curiosidade no caso de Linda Gray, a vontade de ver seu fantasma e a amizade com Annie e Mike. Acabou que, no final, esses três pontos uniram-se, causando, provavelmente, o maior acontecimento de sua vida. 

Apesar de ser uma obra do lendário Stephen King, conhecido por suas histórias de terror, Joyland aborda muito mais que acontecimentos sobrenaturais, mas sim o amadurecimento de um rapaz que teve o coração partido pela primeira namorada e precisou lidar com mais do que alguns brinquedos quando decidiu trabalhar em um parque de diversões. O modo como King apresenta a história e os personagens faz com que nos apaixonemos por cada um e soframos com eles, porém, sem deixar de retratar o que sabe melhor sabe fazer: o suspense. 

Com um final surpreendente (que pode fazer o leitor sentir-se enganado, como eu me senti), Joyland é um livro de fácil leitura, graças à brilhante escrita de King, com capítulos curtos, porém envolventes. Uma leitura que vale a pena e que ensina.

“Só posso dizer o que você já sabe: alguns dias são preciosos. Não muitos, mas acho que em quase toda vida há alguns. Aquele foi um dos meus, e, quando estou triste, quando a vida me dá uma rasteira e tudo parece ruim e sem graça, como a Joyland Avenue em um dia chuvoso, eu volto a ele, ao menos para lembrar a mim mesmo que a vida nem sempre arranca nosso couro. Às vezes, ela oferece verdadeiros prêmios. Às vezes, são precisos.”.



E aí, o que você achou do livro?

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